terça-feira, 25 de maio de 2010

Saudade.

Na minha procura por algo que marcasse o começo da minha vida artesã, me deparei com muitas coisas boas. Principalmente através de fotos, pude reviver muitas histórias e momentos especiais de minha vida.

Na minha infância e juventude tínhamos uma câmera bem simples, analógica. Nem sempre as 24 ou 36 poses e a gente tinha que esperar alguns dias prá poder revelar. E só então, quando as fotos eram reveladas, era hora de ver como ficaram. Nem sempre todas ficavam boas. Acontecia inclusive do filme queimar. Era sempre uma surpresa e uma expectativa... Esse tipo de coisa não precisamos viver com as fotos de hoje. Não consigo por excemplo imaginar, nos dias de hoje, um passeio ou uma festinha com "apenas" 36 fotos.

Falando em foto e em saudade... lembrei de Zé Branco. Ele era vizinho da minha avó e dono da Foto Cleide. Era um lugar cheio de fotos 3 X 4 expostas na parede, um balcão pequeno de vidro e no fundo tinha o labratório. Certamente tinha mais coisas, mas isso é o que eu mais me recordo. Um dia, nas férias, eu estava brincando com meus primos e o Toni tirou uma foto nossa. E o melhor de tudo foi que ele nos chamou pra ver como revelava a foto. Lembro direitinho dele perguntando prá gente: "vocês não tem medo de escuro né?". E era escuro mesmo. Mas aí Toni ligou uma luz meio roxa-avermelhada, mergulhou o filme numa bandeja branca cheinha de "água para foto", esperou um pouco. Não me lembro de todo o precesso, mas lembro do nosso silencio... a imagem aparecendo devagar... com as cores invertidas... e quando a película ia secando a imagem ia parecendo direitinho no papel... E ele fez duas cópias. Uma prá mim e uma para os meus primos. E o melhor, não tivemos que esperar tanto prá ver como a foto ficou. Esse dia marcou minha vida. Acho que é por isso que adoro fotografias. Gosto de fotografar, de organizar as fotos, de ver.Gosto das minhas e das feitas por outras pessoas. Tem tanta foto linda. Não gosto muito de sair em fotos.

Hoje em dia eu preciso dar um jeito de "revelar" algumas das minhas fotos. Com a máquina digital, nem sei quantas fotos tenho. Da Beatriz então... Sinto falta de folhear os álbuns. De colocar as datas manualmente. Não quero perder a magia das histórias que elas contam. Acho que vou começar a selecionar "algumas 36 fotos" e mandar revelar como antigamente. Com a vantagem de agora poder escolher as melhores.

Esta é a foto que o Toni tirou:
(da esquerda para a direita - Eu, Fabricia e Fábio)