Não tem jeito!!! Eu tento sempre manter meu material de trabalho apenas no atelie, mas quando percebo tem um paninho na cadeira da sala, a guilhotina de papeis está na mesa do computador, a máquina de costura na mesa de jantar. E por aí vai.
Quando é véspera de feira a coisa fica pior, por todo lado da casa tem alguma coisa. Além de matéria prima e produtos já prontos prá todo lado, tem ainda tudo aquilo que envolve a exposição e comercialização dos produtos Cabeça de Papel.
Na última semana pré feira eu estava rodeada de tudo, quando toca o interfone!
Pensei logo: "Oba, deve ser o carteiro.
Então ouço a voz do meu pai : Filha, abre aí. Tenho uma surpresa prá você.
Respondi: "Que surpresa é essa pai? Sobe aí"
Quando abri a porta, quase tive o impulso de fechá-la imediatamente. Eu não podia acreditar que papai trazia minha avó aqui logo agora. Logo agora que não tem nem onde ela se sentar direito. Logo agora que não tenho como preparar o biscoitinho com chá que ela gosta. Meu sorrizo prá eles foi quase de decepção, afinal era a primeira vez que ela vinha na minha casa. E a primeira impresão é a que fica. Mas como não podia fazê-los voltar dali da porta, tratei logo de abraçar minha avó e curtir aquele momento inesperado.
Assim que ela entrou disse que queria ver o que eu estava aprontando. O susto foi passando enquanto orgulhosamente mostrava meu trabalho. Em pouco tempo, estavamos trocando idéias e dicas sobre acabamento, avesso, linhas, botões... Até hoje, com seus 85 anos e sem precisar da ajuda dos óculos, ela ainda borda e costura muito bem.
A conversa estava boa, mas ela tinha que ir embora. O tempo passa tão rápido nessas horas. Enquanto ela se despedia, me senti na obrigação de pedir desculpas por aquela bagunça toda. E ela, com aquele semblante alegre e sereno me respondeu: "Fana, não se preocupe, está uma bagunça bonita. Bagunça de trabalho é bonita. Gostei muito de vir aqui."
E só depois que ela foi embora, lembrei de tirar foto.
Vou esperar ela voltar, porque ela me prometeu que volta.
_____
PS. D. Elisa mora em Minas Novas. São 520 quilômetros longe de mim. Ela sempre tem algo prá me ensinar.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
"Há males que vêm para o bem"
Há algum tempo recebi um pedido muito bom. Fiquei muito feliz e animada, principalmente porque era um pedido de estrelas de origami. Fazia um tempão que não fazia delas. Fazia um tempão que não fazia nada de origami. Então lá fui eu toda feliz abrir minhas caixinhas de papeis especiais, escolher os mais bonitos, medir, cortar, dobrar.
Depois de ter negociado preço e toda aquela "burocracia", cadê a cliente? Não me escreveu mais, não me respondeu os emails. "Tomou chá de sumiço"
E eu fiquei daquele jeito, sem saber o que eu ia fazer com aqueles móbiles todos. Fiz tudo com tanto carinho, especialmente prá ela... "fiquei no vácuo".
A principio fiquei com raiva dela. Depois com raiva de mim. Como pude cair nessa "conversa prá boi dormir"?
O jeito era guardar tudo. E me conformar. Não ia adiantar nada ficar "chorando o leite derramado".
Já tinha "virado a página" desse assunto, quando recebo a confirmação da minha participação na 21º feira Nacional de Artesanato. E como a vida é feita de altos e baixos, agora eu tava nos altos: feliz, animada, empolgada... Ah!e preocupada, porque o tempo era curto e eu não tinha quase nada pronto. " ia começar a corrida contra o relógio".
Nessa hora eu precisava por a cabeça prá pensar... "não podia invetar moda". Era hora de ser produtiva. Resolvi entao listar o que eu ia levar, separar logo o material necessário e deixar tudo pronto prá produzir. E foi nessa hora que que dou de cara com aquelas estrelas. O que antes era "uma pedra no meu sapato", agora me trazia um grande alívio. Os origamis que eu pretendia levar na feira já estavam prontos e ganhei mais tempo prá produzir as outras coisas.
Na 21º Feira Nacional de Artesanato, as estrelas fizeram o maior sucesso. Me trouxeram um retorno melhor que o esperado. Além do retorno financeiro, me trouxe incentivo para fazer mais.
E como é função das estrelas mostrarem o caminho certo, essas mes mostraram que "quando se fecha uma porta, uma janela se abre!"
Depois de ter negociado preço e toda aquela "burocracia", cadê a cliente? Não me escreveu mais, não me respondeu os emails. "Tomou chá de sumiço"
E eu fiquei daquele jeito, sem saber o que eu ia fazer com aqueles móbiles todos. Fiz tudo com tanto carinho, especialmente prá ela... "fiquei no vácuo".
A principio fiquei com raiva dela. Depois com raiva de mim. Como pude cair nessa "conversa prá boi dormir"?
O jeito era guardar tudo. E me conformar. Não ia adiantar nada ficar "chorando o leite derramado".
Já tinha "virado a página" desse assunto, quando recebo a confirmação da minha participação na 21º feira Nacional de Artesanato. E como a vida é feita de altos e baixos, agora eu tava nos altos: feliz, animada, empolgada... Ah!e preocupada, porque o tempo era curto e eu não tinha quase nada pronto. " ia começar a corrida contra o relógio".
Nessa hora eu precisava por a cabeça prá pensar... "não podia invetar moda". Era hora de ser produtiva. Resolvi entao listar o que eu ia levar, separar logo o material necessário e deixar tudo pronto prá produzir. E foi nessa hora que que dou de cara com aquelas estrelas. O que antes era "uma pedra no meu sapato", agora me trazia um grande alívio. Os origamis que eu pretendia levar na feira já estavam prontos e ganhei mais tempo prá produzir as outras coisas.
Na 21º Feira Nacional de Artesanato, as estrelas fizeram o maior sucesso. Me trouxeram um retorno melhor que o esperado. Além do retorno financeiro, me trouxe incentivo para fazer mais.
E como é função das estrelas mostrarem o caminho certo, essas mes mostraram que "quando se fecha uma porta, uma janela se abre!"
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
21º Feira Nacional de Artesanato
Em 2010, a Latinidade é o tema central da edição que será realizada pela sétima vez no Centro de Exposições George Norman Kutova (Expominas), em Belo Horizonte, entre os dias 23 e 28 de novembro. Neste ano serão homenageados os 22 países que compõem as Américas Latina e Central, além do Caribe, através de seus trabalhos artesanais, danças, folclore e gastronomia. Até o momento já está prevista a representação de 15 países que irão apresentar detalhes da cultura latina e sua arte. A Câmara de Comércio Brasil Guatemala, o Fondo Nacional para el Fomento de las Artesanias do México e expositores individuais do Uruguai e Chile já confirmaram presença.
O Atelie Cabeça de Papel também fará parte da feira.
Estaremos no estande 680, com muita coisa bonita!!!
Serviço:
21ª Feira Nacional de Artesanato
Local: Expominas – Avenida Amazonas 6.030 – Gameleira
Data: 23 a 28 de novembro
Horários: Terça-feira – 12h às 22h
Quarta-feira – 14h às 22h
Quinta-feira - 14h às 22h
Sexta-feira – 14h às 22h
Sábado – 10h às 22h
Domingo -10 às 21h
Ingressos: R$ 7 – menores de 12 anos e maiores de 65 não pagam.
O Atelie Cabeça de Papel também fará parte da feira.
Estaremos no estande 680, com muita coisa bonita!!!
Serviço:
21ª Feira Nacional de Artesanato
Local: Expominas – Avenida Amazonas 6.030 – Gameleira
Data: 23 a 28 de novembro
Horários: Terça-feira – 12h às 22h
Quarta-feira – 14h às 22h
Quinta-feira - 14h às 22h
Sexta-feira – 14h às 22h
Sábado – 10h às 22h
Domingo -10 às 21h
Ingressos: R$ 7 – menores de 12 anos e maiores de 65 não pagam.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Ser assim...
Como boa geminiana, sou uma pessoa falante.
E como tudo tem dois lados, ser falante tem o lado bom e o ruim.
O lado ruim é quando confudem falante com tagarela. Tagarela é aquela pessoa que fala demais, fala sobre tudo e nada ao mesmo tempo, "fala pelos cotovelos".
O lado bom é que ser falante contribui muito para ser comunicativo. Comunicativa é aquela pessoa que sabe o que falar, sabe como falar e também sabe ouvir.
Como boa gemininana, gosto de estar rodeada de pessoas.
E como tudo tem seus dois lados...
O lado ruim é que existem as pessoas desagradáveis.
O lado bom é que existem pessoas queridas, interessantes, boas. Pessoas prá trocar idéias, pra te ensinar algo novo, prá rir junto, prá discutir, prá compartilhar, prá te ouvir, prá te fazer companhia, prá te ajudar, te corrigir.
Como boa geminiana adoro novidade, mudança, desafio. E a ideia de montar meu ateliê sempre me animou muito. Como tudo tem dois lados...
O lado ruim era não ter mais a turma do trabalho, o contato com os clientes, as reuniões. Ficar sozinha o tempo todo me assustava. Com quem eu ia conversar??? Quem ia tirar minhas dúvidas??? Prá quem eu ia mostrar meus projetos??? quem, quem quem ???
O lado bom é que no ateliê aprendi que um tempo em silêncio torna as conversas mais proveitosas. Que ficar sozinha não quer dizer ficar solitária. Aprendi a fazer medidas em polegadas e que existem coisas imensuráveis. Aprendi a calcular valores e que tem coisas que não tem preço. Percebi que a vida é como um bordado. Aprendi que mesmo os bordados mais complexos são feitos ponto a ponto. E por mais delicado que seja, a linha deve ser forte. Ah! E que devemos cuidar do avesso, mesmo que ninguém vai ver.
A vida é assim, tem dois lados...
mas eles não precisam ser do mesmo tamanho.
E como tudo tem dois lados, ser falante tem o lado bom e o ruim.
O lado ruim é quando confudem falante com tagarela. Tagarela é aquela pessoa que fala demais, fala sobre tudo e nada ao mesmo tempo, "fala pelos cotovelos".
O lado bom é que ser falante contribui muito para ser comunicativo. Comunicativa é aquela pessoa que sabe o que falar, sabe como falar e também sabe ouvir.
Como boa gemininana, gosto de estar rodeada de pessoas.
E como tudo tem seus dois lados...
O lado ruim é que existem as pessoas desagradáveis.
O lado bom é que existem pessoas queridas, interessantes, boas. Pessoas prá trocar idéias, pra te ensinar algo novo, prá rir junto, prá discutir, prá compartilhar, prá te ouvir, prá te fazer companhia, prá te ajudar, te corrigir.
Como boa geminiana adoro novidade, mudança, desafio. E a ideia de montar meu ateliê sempre me animou muito. Como tudo tem dois lados...
O lado ruim era não ter mais a turma do trabalho, o contato com os clientes, as reuniões. Ficar sozinha o tempo todo me assustava. Com quem eu ia conversar??? Quem ia tirar minhas dúvidas??? Prá quem eu ia mostrar meus projetos??? quem, quem quem ???
O lado bom é que no ateliê aprendi que um tempo em silêncio torna as conversas mais proveitosas. Que ficar sozinha não quer dizer ficar solitária. Aprendi a fazer medidas em polegadas e que existem coisas imensuráveis. Aprendi a calcular valores e que tem coisas que não tem preço. Percebi que a vida é como um bordado. Aprendi que mesmo os bordados mais complexos são feitos ponto a ponto. E por mais delicado que seja, a linha deve ser forte. Ah! E que devemos cuidar do avesso, mesmo que ninguém vai ver.
A vida é assim, tem dois lados...
mas eles não precisam ser do mesmo tamanho.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Letra bonita.
Sempre gostei de escrever. Escrevia muito na época escolar... gostava de fazer redação, de copiar matérias. Em casa tinha cadernos prá escrever "coisas" minhas... segredos, receitas, poesias. Escrevia cartas prá enviar pelo correio.
Mesmo gostando muito de escrever, nunca tive uma letra bonita. Sempre foi aquela coisa cursiva, legível e só. Ficava doida prá ter uma letra como a minha prima Nane, que é um capricho, parece caligrafia. Ou ser como a minha tia Jaque, que tem vários tipos de letras. Ou ainda ter a letra da minha amiga Erika, que é a letra mais redondinha do mundo. E prá quem diz que homem tem letra feia, a do meu marido é mais bonita que a minha.
Com o tempo, o gosto pela escrita continuou, mas a letra piorou. Prefiro pensar que a culpa é do teclado... não minha.
Há pouco tempo conheci a Dona Juraci. Uma senhorinha muito simpática que borda memórias, desenhos, poesias. Fiquei encantada com ela e com suas coisas. Conversamos muito, ela me ensinou a fazer ponto haste, ponto atráz. E foi ela quem me disse: " não liga pra sua letra não, o que importa é o sentimento que você vai passar com o que escreveu".
Ontem tomei coragem e fiz meu primeiro bordadinho.
Fiquei muito feliz com minha letra.
Mesmo gostando muito de escrever, nunca tive uma letra bonita. Sempre foi aquela coisa cursiva, legível e só. Ficava doida prá ter uma letra como a minha prima Nane, que é um capricho, parece caligrafia. Ou ser como a minha tia Jaque, que tem vários tipos de letras. Ou ainda ter a letra da minha amiga Erika, que é a letra mais redondinha do mundo. E prá quem diz que homem tem letra feia, a do meu marido é mais bonita que a minha.
Com o tempo, o gosto pela escrita continuou, mas a letra piorou. Prefiro pensar que a culpa é do teclado... não minha.
Há pouco tempo conheci a Dona Juraci. Uma senhorinha muito simpática que borda memórias, desenhos, poesias. Fiquei encantada com ela e com suas coisas. Conversamos muito, ela me ensinou a fazer ponto haste, ponto atráz. E foi ela quem me disse: " não liga pra sua letra não, o que importa é o sentimento que você vai passar com o que escreveu".
Ontem tomei coragem e fiz meu primeiro bordadinho.
Fiquei muito feliz com minha letra.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Um anjo. Uma saudade. O começo.
Procurando uma coisa, encontramos outras. É sempre assim. E foi nas fotos, onde eu revivia antigas lembranças, onde encontrei a respota que eu tanto procurava.
A lembrança do tanto que eu ficava feliz quando ia na casa de tia Maria de Jesus pra ela fazer minha coroa de anjo. Ela com as mãos miudinhas,quase do tamanho das minhas, enrolava aquelas florzinhas artificiais no aro de metal... amarrava umas fitinhas... media na minha cabeça. Aquele brocal que ela salpicava de leve parecia mágica. Eu achava encantador. Enquanto ela cuidava delicadamente dos detalhes eu pensava que queria ser como ela!!
Só de lembrar sinto o cheiro da casa dela, que era uma mistura de naftalina, talco e talvez um pouco de fumaça do fogão, me emociono. Tenho certeza que foi esse anjo quem palntou a sementinha do artesanato no meu coração.
_______________
Quando descobri que estava grávida de uma menina, um dos primeiros pensamentos que tive foi: " Quando ela participar de coroação eu vou fazer a coroinha dela".
A lembrança do tanto que eu ficava feliz quando ia na casa de tia Maria de Jesus pra ela fazer minha coroa de anjo. Ela com as mãos miudinhas,quase do tamanho das minhas, enrolava aquelas florzinhas artificiais no aro de metal... amarrava umas fitinhas... media na minha cabeça. Aquele brocal que ela salpicava de leve parecia mágica. Eu achava encantador. Enquanto ela cuidava delicadamente dos detalhes eu pensava que queria ser como ela!!
Só de lembrar sinto o cheiro da casa dela, que era uma mistura de naftalina, talco e talvez um pouco de fumaça do fogão, me emociono. Tenho certeza que foi esse anjo quem palntou a sementinha do artesanato no meu coração.
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Quando descobri que estava grávida de uma menina, um dos primeiros pensamentos que tive foi: " Quando ela participar de coroação eu vou fazer a coroinha dela".
terça-feira, 25 de maio de 2010
Saudade.
Na minha procura por algo que marcasse o começo da minha vida artesã, me deparei com muitas coisas boas. Principalmente através de fotos, pude reviver muitas histórias e momentos especiais de minha vida.
Na minha infância e juventude tínhamos uma câmera bem simples, analógica. Nem sempre as 24 ou 36 poses e a gente tinha que esperar alguns dias prá poder revelar. E só então, quando as fotos eram reveladas, era hora de ver como ficaram. Nem sempre todas ficavam boas. Acontecia inclusive do filme queimar. Era sempre uma surpresa e uma expectativa... Esse tipo de coisa não precisamos viver com as fotos de hoje. Não consigo por excemplo imaginar, nos dias de hoje, um passeio ou uma festinha com "apenas" 36 fotos.
Falando em foto e em saudade... lembrei de Zé Branco. Ele era vizinho da minha avó e dono da Foto Cleide. Era um lugar cheio de fotos 3 X 4 expostas na parede, um balcão pequeno de vidro e no fundo tinha o labratório. Certamente tinha mais coisas, mas isso é o que eu mais me recordo. Um dia, nas férias, eu estava brincando com meus primos e o Toni tirou uma foto nossa. E o melhor de tudo foi que ele nos chamou pra ver como revelava a foto. Lembro direitinho dele perguntando prá gente: "vocês não tem medo de escuro né?". E era escuro mesmo. Mas aí Toni ligou uma luz meio roxa-avermelhada, mergulhou o filme numa bandeja branca cheinha de "água para foto", esperou um pouco. Não me lembro de todo o precesso, mas lembro do nosso silencio... a imagem aparecendo devagar... com as cores invertidas... e quando a película ia secando a imagem ia parecendo direitinho no papel... E ele fez duas cópias. Uma prá mim e uma para os meus primos. E o melhor, não tivemos que esperar tanto prá ver como a foto ficou. Esse dia marcou minha vida. Acho que é por isso que adoro fotografias. Gosto de fotografar, de organizar as fotos, de ver.Gosto das minhas e das feitas por outras pessoas. Tem tanta foto linda. Não gosto muito de sair em fotos.
Hoje em dia eu preciso dar um jeito de "revelar" algumas das minhas fotos. Com a máquina digital, nem sei quantas fotos tenho. Da Beatriz então... Sinto falta de folhear os álbuns. De colocar as datas manualmente. Não quero perder a magia das histórias que elas contam. Acho que vou começar a selecionar "algumas 36 fotos" e mandar revelar como antigamente. Com a vantagem de agora poder escolher as melhores.
Esta é a foto que o Toni tirou:
(da esquerda para a direita - Eu, Fabricia e Fábio)
Na minha infância e juventude tínhamos uma câmera bem simples, analógica. Nem sempre as 24 ou 36 poses e a gente tinha que esperar alguns dias prá poder revelar. E só então, quando as fotos eram reveladas, era hora de ver como ficaram. Nem sempre todas ficavam boas. Acontecia inclusive do filme queimar. Era sempre uma surpresa e uma expectativa... Esse tipo de coisa não precisamos viver com as fotos de hoje. Não consigo por excemplo imaginar, nos dias de hoje, um passeio ou uma festinha com "apenas" 36 fotos.
Falando em foto e em saudade... lembrei de Zé Branco. Ele era vizinho da minha avó e dono da Foto Cleide. Era um lugar cheio de fotos 3 X 4 expostas na parede, um balcão pequeno de vidro e no fundo tinha o labratório. Certamente tinha mais coisas, mas isso é o que eu mais me recordo. Um dia, nas férias, eu estava brincando com meus primos e o Toni tirou uma foto nossa. E o melhor de tudo foi que ele nos chamou pra ver como revelava a foto. Lembro direitinho dele perguntando prá gente: "vocês não tem medo de escuro né?". E era escuro mesmo. Mas aí Toni ligou uma luz meio roxa-avermelhada, mergulhou o filme numa bandeja branca cheinha de "água para foto", esperou um pouco. Não me lembro de todo o precesso, mas lembro do nosso silencio... a imagem aparecendo devagar... com as cores invertidas... e quando a película ia secando a imagem ia parecendo direitinho no papel... E ele fez duas cópias. Uma prá mim e uma para os meus primos. E o melhor, não tivemos que esperar tanto prá ver como a foto ficou. Esse dia marcou minha vida. Acho que é por isso que adoro fotografias. Gosto de fotografar, de organizar as fotos, de ver.Gosto das minhas e das feitas por outras pessoas. Tem tanta foto linda. Não gosto muito de sair em fotos.
Hoje em dia eu preciso dar um jeito de "revelar" algumas das minhas fotos. Com a máquina digital, nem sei quantas fotos tenho. Da Beatriz então... Sinto falta de folhear os álbuns. De colocar as datas manualmente. Não quero perder a magia das histórias que elas contam. Acho que vou começar a selecionar "algumas 36 fotos" e mandar revelar como antigamente. Com a vantagem de agora poder escolher as melhores.
Esta é a foto que o Toni tirou:
(da esquerda para a direita - Eu, Fabricia e Fábio)
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